sexta-feira, 21 de outubro de 2011

SÍNDROME DE SAVANT

A Síndrome de Savant é uma condição rara, em que a pessoa portadora das mais variadas desordens mentais, incluindo o autismo, apresenta brilhante talento ou habilidade contrastando fortemente com suas limitações. Esta condição pode ser congênita ou adquirida.

Aproximadamente uma a cada dez (10%) pessoas autistas tem Síndrome de Savant. Em outras formas de transtorno mental, retardamento ou lesão cerebral, Savant está presente em menos de 1% dos casos. Porém, como estas outras formas de doenças mentais são muito mais comuns do que o autismo, podemos dizer que 50% das pessoas com Síndrome de Savant são autistas e os outros 50% sofrem de algum outro tipo de transtorno, como falhas no desenvolvimento, retardamento mental ou seqüelas de um dano cerebral. É quatro vezes mais frequente entre os homens .



As crianças savants chegam a ter um Q.I. que se situa entre os 40 e os 70 pontos, um quociente intelectual fraco. Um terço dessas crianças são autistas. O traço excepcional que apresentam é geralmente unifocal, ou seja, prende-se apenas com uma habilidade muito específica e em que são superiores à pessoas de Q.I. médio (100) ou até às sobredotadas.
Os savants desenvolvem habilidades excepcionais numa determinada área, mas mal conseguem comunicar-se e relacionar-se com as outras pessoas.



Muitos cientistas acreditam que a síndrome está relacionada a algum tipo de dano no hemisfério esquerdo do cérebro que forçaria o lado direito a compensar essa falha. Isto porque as habilidades desenvolvidas pelos portadores da síndrome, normalmente nas áreas de música, pintura, desenho e cálculo são todas relacionadas com esse hemisfério. Já as funções ligadas ao lado esquerdo, como a linguagem e a fala tendem a ser pouco desenvolvidas.
O uso de aparelhos que permitem «scanear» o cérebro, como a tomografia e a ressonância magnética, vem reforçando ainda mais essa teoria .
A maioria tem uma incrível habilidade com os números, muitos fazem contas complicadíssimas em décimos de segundos – tão rápidos quanto uma máquina. Também são expert em calendários, conseguem calcular rapidamente, por exemplo, em que dia da semana vai cair uma determinada data, mesmo que seja um dia qualquer do próximo século.
São capazes de decorar livros inteiros depois de uma única leitura ou tocar uma música com perfeição após a primeira audição.
Quem primeiro descreveu o savantismo foi o médico Langdon Down – que ficou famoso por ter identificado a síndrome de Down . Em 1887, Down apresentou à sociedade médica de Londres a história de dez pacientes que ele chamou, na época, de "idiots savants" ou sábios idiotas, aceito na época em que um “idiota” era alguém com QI inferior a 25.De lá para cá, pouco se avançou no sentido de se descobrir as causas que levam essas pessoas a terem uma memória extraordinária.

CASOS DE SAVANT














Kim Peek memorizou mais de 12.000 livros. Descreve os números de rodovias que vão para qualquer cidade, vilarejo ou condado dos EUA , códigos DDD, CEPs, estações de TV e as redes telefônicas que os servem. Identifica o dia da semana de uma determinada data em segundos. É mentalmente incapacitado, depende de seu pai para suas necessidades básicas. Peek serviu de inspiração para o personagem Raymond Babbit, que Dustin Hoffman apresentou em 1988 no filme Rain man.


















Leslie Lemke aos 14 anos tocou, com perfeição, o Concerto nº 1 para piano de Tchaikovsky,depois de ouvi-lo pela primeira vez enquanto escutava um filme de televisão. Lemke jamais tinha tido aula de piano, é cego, mentalmente incapacitado e tem paralisia cerebral. 





















Richard Wawro é reconhecido internacionalmente por seus trabalhos artísticos. Um professor de arte (Londres), quando Wawro era ainda criança, descreveu-o como incrível fenômeno, com a precisão de um mecânico e a visão de um poeta. Wawro é autista.

 

Alonzo Clemons pode criar réplicas de cera perfeitas de qualquer animal, não importa quão brevemente o veja. Suas estátuas de bronze são vendidas por uma galeria em Aspen, Colorado, e lhe deram reputação nacional. Clemons é mentalmente incapacitado.

Daniel Tammet com capacidade para dizer 22.514 dígitos de PI e aprender línguas rapidamente (fala 11 línguas). Daniel, além de ser um savant, foi diagnosticado com Síndrome de Ásperger,uma forma moderada de autismo-embora o portador tenha uma boa capacidade verbal, apesar de normalmente ser um desastre social.Tammet também tem sinestesia,uma forma rara de percepção que faz o cérebro misturar sentidos – sons podem ter cores associadas,por exemplo.Sua sinestesia é numérica,ele afirma que números de 0 a 10mil possuem formas visuais específicas e até personalidades, como se fossem indivíduos mesmo. “O 11 é amigável, o 5 é barulhento e o 4 é meu favorito,porque ele é quieto e tímido como eu.” conta Tammet.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Quantidade de amigos no Facebook influencia massa cinzenta

Pesquisa revela que aqueles que têm mais amigos possuem uma massa cinzenta mais densa.
Por Wikerson Landim

 
(Fonte da imagem: Facebook / Reprodução)
Todas as horas que você passou no Facebook interagindo com seus amigos podem ter trazido benefícios para o seu cérebro. Uma pesquisa conduzida por professores da University College Londom apontou que quanto maior o número de amigos na rede social, mais densa é a massa cinzenta do cérebro.
Entretanto, a pesquisa não revelou se a utilização da rede social provoca esse desenvolvimento ou se, de maneira oposta, pessoas com massa cinzenta mais densa têm maior facilidade em interagir socialmente com outras pessoas.
O estudo levou em consideração um grupo de 165 adultos. Entre os entrevistados com maior número de amigos, uma das características observadas foi a maior densidade de massa cinzenta em áreas responsáveis pela memória e socialização.
Apesar dos resultados, Geraint Rees, diretor do UCL Institute of Cognitive Neuroscience, diz que ainda é muito cedo para afirmar que as duas características estão diretamente ligadas. “O que temos aqui é uma constatação empírica utilizando os dados que conseguimos. Precisamos nos aprofundar nas pesquisas para verificar a real conexão entre eles”, finaliza.

sábado, 1 de outubro de 2011

Fim das ressacas? Cientistas desenvolvem pílula antibebedeira

Remédio que tira a diversão das bebedeiras deve ser usado no combate ao alcoolismo.


Se você é chegado em uma cerveja ou outra bebida alcoólica mais forte, mas não aguenta mais passar vergonha em festas ou acordar de ressaca no dia seguinte, então uma descoberta de pesquisadores australianos pode ser a solução para seus problemas.
Os cientistas do setor de farmacologia da Adelaide University estão desenvolvendo uma pílula que pode cortar quase totalmente os efeitos embriagantes do álcool no cérebro, fazendo com que a pessoa que consuma essas bebidas fique rapidamente sóbria de novo. A droga agiria diretamente nas células da glia, responsáveis por fornecer nutrientes ao neurônios – e por deixar o indivíduo bêbado.
Por enquanto, a pesquisa liderada por Mark Hutchinson foi realizada apenas em ratos, que responderam bem ao tratamento com a pílula. Segundo o DailyMail, o objetivo futuro do estudo é não só monitorar o comportamento de pessoas alcoolizadas, mas utilizar o remédio no combate ao alcoolismo.


Leia mais em: http://www.tecmundo.com.br/bizarro/13899-fim-das-ressacas-cientistas-desenvolvem-pilula-antibebedeira.htm#ixzz1ZZNyT33R

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Pesquisa revela como o cérebro organiza as memórias em blocos


A ciência deu mais um passo rumo à compreensão dos mistérios da memória. Já se sabia que o processo de formação da memória depende muito do trabalho de uma região do cérebro chamada hipocampo. Mas ainda faltava descobrir mais sobre o jeito como você se lembra de eventos não-contínuos. Por exemplo: pense nas aulas que você teve com um determinado professor no colégio. É provável que você tenha assistido a outras aulas com vários outros professores durante este tempo, e feito muitas atividades não relacionadas à escola. O que a sua memória fez foi reunir todas as suas experiências com o tal professor em um bloco só. Mas como o cérebro organiza eventos como essas aulas do colégio – fatos que fazem parte da mesma experiência, mas são separados por intervalos de tempo?




Foi isso que Howard Eichenbaum, do Centro de Memória e Cérebro da Universidade de Boston, quis descobrir. Ele coordenou um estudo para investigar como os neurônios do hipocampo fazem a organização temporal de experiências longas e, mais especificamente, como eles conseguem diminuir as distâncias entre os eventos que não são contínuos.

Figura 1. Vibrodissociated neurônios da região CA1 do hipocampo (A) imagem mesclada de um DICnd imagens de fluorescência verde de um camundongo GAD65. Imagem DIC é fundido para mostrar claramente a localização dos terminais verde (B) a imagem de fluorescência de um camundongo synaptophluorin (spH21). Barra de escala = 10 mM

Para a pesquisa, ratos tiveram que distinguir sequências de dois eventos que foram separados por um intervalo de tempo. A tarefa exigiu que eles lembrassem o evento inicial, a fim de responder adequadamente ao segundo e receber uma recompensa. Enquanto isso, a atividade do hipocampo dos bichos foi analisada para ver como os neurônios dessa região decodificavam os eventos dessa sequência de tarefas.


Cérebro de Rato

Os ratos foram ensinados a associar um objeto com um odor: uma bola com orégano, por exemplo, e um cubo com canela. Em seguida, eles foram apresentados a um dos objetos e depois entravam em uma câmara por 10 segundos. Após os 10 segundos, uma repartição se abriu levando a um vaso cheio de areia perfumada. Se o cheiro correspondesse ao objeto visto anteriormente, os ratos deviam cavar na areia. Se o odor e objeto não combinavam, não deveriam fazer nada. Quando acertavam nisso, eram recompensados depois.


Os pesquisadores observaram que certas células se ativaram durante a lacuna de atividade entre um evento e outro e suspeitaram que o hipocampo estava, nesse período, codificando a passagem do tempo – construindo uma ponte entre as duas fases do teste.

Quando os pesquisadores alongaram o tempo de espera entre uma e outra, apesar de alguns neurônios continuarem disparando nos mesmos períodos, outros alteraram a sua atividade como se fossem recalibrar para se ajustar ao tempo de duração novo. O desempenho dos ratos não sofreu com o intervalo extra.


“Cada célula proveu, por si só, um ‘instantâneo’ detalhado da experiência, e apenas em momentos específicos. Mas juntas, a atividade de todas as células preencheram a lacuna”, disse Christopher MacDonald, o coautor do estudo.

Essas células, que foram chamadas apropriadamente de “time cells”, ou “células temporais”, têm muito em comum com as já conhecidas “células de lugar”, neurônios que se ativam quando os animais estão em locais específicos no espaço. As células do tempo são capazes de se adaptar, ou “retemporizar”, quando a duração do período de atraso é alterada. Quando parte dos neurônios mantêm seu padrão de disparo, o hipocampo permite que o animal mantenha a sua memória das condições iniciais, enquanto as células que alteraram a sua atividade estão se adaptando à nova realidade. É assim que as células de lugar se comportam, indicando que aprender um novo layout espacial não significa que você se esqueça do velho.

Passagem do tempo. Um rato passa por um teste de três partes, incluindo um atraso de tempo, enquanto eletrodos registrar a atividade de "células de tempo" no cérebro. Credit: C. J. MacDonald et al., Neuron, 71 (August 25, 2011)

Além de descobrir que, no hipocampo, o tempo é representado tão fortemente como o espaço, o estudo também mostra como podemos manter a nossa memória de eventos diferentes e, ao mesmo tempo, estar ciente do tempo que passa em segundo plano.

A pesquisa está publicada na edição de 25 de agosto da revista Neuron.

            Fontes: http://medicalxpress.com/news/2011-08-cells-bridge-gap-memories-event.html
                        http://news.sciencemag.org/sciencenow/2011/08/time-cells-weave-events-into-mem.html?rss=1

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Carro-conceito converte ondas cerebrais em comandos de pilotagem

Imaginado para um futuro distante, o veículo não possui controles físicos e usa apenas a mente do usuário como guia de condução, além de aprender o jeito de cada usuário.



Neuron: um carro que transforma ondas cerebrais em pilotagem segura. (Fonte da imagem: Yanko Design)
Produto da mente de designer Ian Kettle, o Neuron é um carro baseado no conceito BMI (brain interface technology – tecnologia de interface cerebral, em tradução livre) e usa a máquina mais perfeita do universo para comandar o automóvel do futuro: nosso cérebro.
O Neuron parte do princípio de que não será necessário destreza manual para pilotar um carro. Você possui uma personalidade, e ela será transferida para o carro por meio de ondas cerebrais. O carro lê aonde você quer ir, o caminho que deseja tomar, a velocidade do trajeto e outros fatores, direto da sua mente.
E caso alguém atravesse na sua frente enquanto dirige, não se preocupe: na velocidade do pensamento, o Neuron freia e para. Não há tempo de resposta menor que uma onda cerebral para dar um comando em um carro.
Um núcleo inteligente poderia aprender as reações mais comuns de um motorista e aplicá-las antes mesmo que o usuário precisasse pensar em executá-las. O sistema de predição faria com que o carro se adaptasse ao piloto, tornando-se uma extensão de seu raciocínio, executando as tarefas antes mesmo que você pensasse nelas.

Alteração de paradigmas

Se você não precisa se mover para controlar seu carro, o que fazer com todo o espaço interno? É preciso estar sentado para dirigir? Essas perguntas são apenas o início de uma reestruturação, que chega até a lataria do veículo: por que fazê-la de metal? Uma pele emborrachada semitransparente seria muito mais apropriada para o meio ambiente, além de dar ao motorista uma visão mais ampla do caminho à sua volta.
Leia mais em: http://www.tecmundo.com.br/12390-carro-conceito-converte-ondas-cerebrais-em-comandos-de-pilotagem.htm#ixzz1W0Wk1XXb