Quando você esquece onde deixou as chaves ou qual era aquele compromisso importante, não há meios para fazer essas lembranças voltarem à sua cabeça. Mas já pensou que prático seria se, ao apertar um botão de um dispositivo ligado ao seu cérebro, ele automaticamente se lembrasse de todas as informações contidas na memória?
Essa é a promessa de um estudo realizado pela Wake Forest University e a University of Southern California, um dos primeiros a apostar em aparelhos eletrônicos para melhorar funções cognitivas em tempo real.
No teste, realizado com ratos de laboratório, os animais eram drogados para esquecer um processo de mover a ordem correta de alavancas que liberariam seu acesso à água. Os cientistas instalaram então um pequeno dispositivo ligado ao hipocampo dos bichinhos, uma das regiões do cérebro responsáveis pela formação de memórias recentes.
O objetivo do dispositivo é duplicar os sinais neurais responsáveis pela memória e fazê-la funcionar à força. Quando o equipamento é ligado, todas as informações relativas à sequência das alavancas eram novamente lembradas. Com o aparelho desconectado das cobaias, o processo era esquecido.
O próximo passo é realizar o mesmo teste em macacos, para então passar para seres humanos. Caso sejam positivos, os resultados obtidos podem ser usados em pesquisas e, em uma visão otimista, no desenvolvimento de um aparelho similar para auxiliar vítimas de acidentes que ocasionaram perda de memória, pacientes que sofrem de Alzheimer ou derrames.
Dispositivo batizado como Bodywave possui tamanho semelhante ao de um iPhone, e trabalha fixado à perna ou braço do usuário.
Desenvolvido pela empresa norte-americana Freer Logic, situada na Carolina do Norte, o Bodywave é um sistema de leitura de ondas cerebrais que promete aumentar o desempenho durante práticas esportivas e outras atividades que requeiram grande quantidade de atenção.
Com um formato parecido ao de um iPhone, o aparelho é fixado por uma tira à perna ou braço do usuário e, a partir disso, mede a atividade cerebral do usuário. O objetivo da invenção é alertar quando há mudanças de padrão nas sinapses que indicam perda de atenção, seja durante a prática de algum exercício, durante o trânsito ou realizando tarefas diárias como o trabalho em um escritório, por exemplo.
Aumento de concentração
O dispositivo usa três contatos feitos em carbono combinados com um software especial para medir sinais elétricos enviados através dos músculos, especialmente o coração. Através de aplicativos que acompanham a criação, o invento mede a atenção do usuário através da detecção de padrões de ondas beta, de 12 e 30 hertz – padrão aceito por neurologistas como um indicador de concentração.
(Fonte da imagem: Freer Logic)
Atualmente, o sistema é usado para ajudar crianças com déficit de atenção e hiperatividade, através de um software chamado Play Attention. Além disso, o aparelho é empregado em ambientes virtuais de treinamento para funcionários de usinas nucleares, como uma forma de prevenir acidentes devido à falta de atenção.
A expectativa é que, em um futuro próximo, o aparelho seja utilizado nas mais diversas aplicações. Alguns exemplos citados pela Freer Logic são tacos de golfe inteligentes, que ajudam o usuário a acertar buracos e até mesmo volantes que alertam quando o motorista não está concentrado na estrada.
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Você está mais próximo do que imagina de se tornar um robô cheio de funções eletrônicas.
Apesar dessa história não passar de ficção, estamos sempre recebendo notícias sobre os avanços conquistados na área da robótica. Já é rotina ler sobre androides que estão cada vez mais similares aos humanos, ganhando tecidos sintéticos que os deixam com uma aparência menos artificial e chegando até a representar movimentos físicos que possuem certa fluidez.
Mas pouco é dito sobre o processo inverso: com o passar do tempo, recebemos implantes e acessórios que nos transformam em verdadeiros ciborgues. A cada novo avanço, estamos nos distanciando da figura humana natural e de proporções perfeitas, como no conceito do Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci, que é a base do infográfico deste artigo.
Há anos o ser humano recebe implantes eletrônicos como o marca-passo, as próteses de membros e até operações temporárias envolvendo órgãos artificiais. Aqui, contudo, abordaremos as tecnologias que prometem levar nosso corpo para limites nunca antes atingidos – cada vez mais perto da divisa entre homem e máquina.
O display que tudo vê
O primeiro avanço é um acessório. Revelado no final de abril por pesquisadores alemães da Fraunhofer IPMS, o primeiro microdisplay direcional de rastreamento visual é um monóculo, que serve para exibir informações refletidas diretamente no globo ocular do usuário.
A partir do uso de realidade aumentada, é possível ler sem problemas as informações exibidas na tela. Movimentos específicos do olho seriam utilizados para alternar entre as diferentes opções do aparelho.
Como vários aparatos de alta tecnologia, inicialmente o microdisplay será exclusivo para fins militares. Enquanto não há previsões para utilizá-lo de forma comercial, só nos resta sonhar com o que é especulado: o display poderia servir para assistir a vídeos, reconhecer sinais vitais e até obter informações sobre as pessoas captadas pelo sensor, através de redes como o Facebook.
Implantes que devolvem a capacidade de andar a quem perdeu a perna por algum motivo não são as mais recentes novidades no mundo da tecnologia. O destaque é o avanço conquistado na área, permitindo o desenvolvimento de próteses cada vez mais impressionantes.
A empresa Össur anunciou o desenvolvimento da prótese biônica mais avançada até então. A grande novidade é a integração entre os mecanismos que simulam o pé, o joelho e a perna, fazendo com que não seja necessário calcular com precisão cada passo durante uma caminhada.
A união entre poderosos sensores e esses aparelhos, que apresentam o que de mais avançado há em biomecânica, proporciona uma inteligência artificial única para a prótese, que se torna capaz de ajustar-se automaticamente para funcionar sem problemas em terrenos com superfície rochosa, por exemplo.
No futuro, ter uma perna biônica mais rápida, forte e resistente será bem mais vantajoso do que uma perna humana. A criação estará disponível no máximo até 2012.
Próteses nos braços também já existem, mas o que foi desenvolvido por estudantes da Ryerson University, no Canadá, vale a citação: o Artificial Muscle-Operated (AMO), uma prótese cujos movimentos são controlados por ondas cerebrais.
O movimento desejado vai do cérebro a um sensor, que identifica e envia esses dados para um minicomputador localizado no aparelho, que enfim executa a ação. Os músculos artificiais realizam movimentos bastante humanos, como contração e expansão, tudo através de ar comprimido, localizado em um tanque que pode ficar no bolso do usuário.
Outro pioneirismo do invento é que a implantação ocorre sem a necessidade das chamadas cirurgias invasivas, um processo de realinhamento muscular que encarecia os custos médicos. Desse modo, o mesmo principio da perna biônica se aplica aqui: o braço robôtico pode ficar melhor que o nosso.
Por enquanto, o aparelho ainda tem limitações, como a necessidade usar também um capacete para controlar os movimentos. Mas alguém duvida que essa barreira também será ultrapassada em breve?
Sentindo na pele
A nanotecnologia já está entre nós. Apesar de ser um avanço lento, complexo e que demanda altos custos, ela parece valer a pena, principalmente quando pode ser usada para a medicina – e para deixar o corpo humano ainda mais desenvolvido.
A inovação em questão veio do MIT, o Instituto Tecnológico de Massachusetts: a criação de partículas microscópicas em forma de nanotubos, que agem como um sensor biométrico. Implantadas em qualquer parte do corpo, elas não alteram o funcionamento de nenhum sistema e não são absorvidas por qualquer outra atividade do organismo, como a digestão.
Mas qual é o objetivo de implantar esses dispositivos minúsculos? Por enquanto, os estudos apontam para um diagnóstico imediato, pois alguns elementos químicos presentes nas partículas estão preparados para reagir e emitir um brilho diferenciado quando algo está errado no corpo do paciente, como o surgimento de um tumor, por exemplo.
Além disso, esses sensores podem ganhar novas funções, como a capacidade de automedicação. Desse modo, com a ocorrência de anormalidades, remédios presentes nesses nanotubos seriam imediatamente liberados no sangue, eliminando a necessidade de ingerir pílulas ou realizar baterias de exames, por exemplo.
Está tudo em sua cabeça
Já pensou em controlar eletrônicos sem a ajuda de nenhum controle remoto? A solução é simples: implante um chip com a tecnologia RFID! Agora é só instalar um leitor que use o mesmo mecanismo em seus aparelhos, para fazer com que ele reconheça o sinal transmitido pelo chip.
São inúmeras as utilidades que isso pode proporcionar. Com o devido desenvolvimento dessa tecnologia em escala comercial, seria possível abrir portas, desbloquear celulares, computadores e outros gadgets que operem hoje com senhas ou identificação biométrica, por exemplo. Segundo os pesquisadores da área, a cirurgia de implantação e a permanência do chip não causam nenhum efeito colateral no usuário.
Nada natural
Com o avanço da idade, é perfeitamente natural que nossos órgãos comecem a apresentar falhas. Para alguns cientistas, entretanto, isso está errado. Esses componentes do nosso organismo não precisariam envelhecer e parar de funcionar, porque sua criação ou composição seria artificial.
São duas as possibilidades: criar um órgão totalmente mecânico ou desenvolver uma “cópia”, a partir de células-tronco do paciente. A produção em massa desses órgãos, se superados problemas como custos e compatibilidade do organismo do paciente, poderia diminuir consideravelmente a fila de transplantes em hospitais.
A Espanha é um país pioneiro nessas pesquisas, prometendo para até dez anos o início da produção efetiva de órgãos bioartificiais. Como a maioria dos experimentos, apenas a substituição em animais foi efetiva até agora. Mas dá para manter as esperanças, afinal esse é sempre o primeiro passo para aprovar o uso de novas tecnologias em humanos.
Com que roupa eu vou?
E se você não utilizasse apenas uma prótese ou um chip, mas uma armadura inteira para se locomover e realizar outras atividades sem esforço? A Hybrid Assistive Limb (HAL) é um exoesqueleto com aplicações medicinais e cotidianas que literalmente transforma o usuário em um super-humano.
A demonstração é surpreendente. Ainda em fase de testes, a roupa robótica inicialmente seria usada em pacientes com dificuldades de locomoção. Através da pele, o traje detecta impulsos cerebrais de movimento e os transportam para o sistema da vestimenta, que executa a ação.
Pesando 23 kg e alimentado por baterias, o HAL faz com que pessoas caminhem ou realizem atividades leves, além de aumentar algumas capacidades humanas como a força, fazendo com que o usuário não sinta o peso da armadura e de possíveis objetos que sejam carregados por ele. Desse modo, atividades mecânicas pesadas poderiam ser feitas com menor esforço se o funcionário estiver com uma roupa dessas.
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Esses avanços podem demorar e até não darem certo, mas não custa sonhar. Nos próximos dez anos, podemos andar por aí cheios de eletrônicos não só nos bolsos, mas em nosso próprio corpo. Por outro lado, é bem mais seguro deixar novidades como as armas do RoboCop apenas para as telonas.