terça-feira, 7 de junho de 2011

Potencial de Ação

Esse vídeo é muito bom!


Impulso Nervoso / Sinapse



O video mostra a transmissão do impulso nervoso pela despolarização da membrana celular do axônio neuronal. Segue mostrando a Sinapse, com a o mecanismo de fusão de membranas das vesículas neurossecretoras e da membrana pré-sináptica para a liberação dos neurotransmissores, os quais são recebidos por receptores específicos na membrana pós-sináptica a fim da continuação da transmissão do impulso.

Sinapses excitatórias

Nesse tipo de sinapse, ocorre a criação de um PEPS – potencial excitatório pós-sináptico a partir de uma despolarização da membrana. Essa despolarização significa um aumento do potencial de membrana, que em repouso corresponde a -65 mV, para um valor menos negativo, por exemplo, -45 mV. O valor numérico do PEPS é dado pela diferença entre os potenciais de membrana final e inicial (nesse caso, por exemplo, o PEPS foi de +20 mV). Esse valor representa sempre o somatório de vários potenciais excitatórios, que podem se somar espacialmente – na medida em que um neurônio realiza diversas conexões e recebe inúmeros estímulos simultaneamente – ou temporalmente – no caso de ocorrer a estimulação seguida em uma msma sinapse, em intervalos de tempo muito reduzidos. Caso esse potencial atinja o limiar de excitação (lembrar da lei do tudo ou nada: existe um valor mínimo que deve ser atingido para que um impulso nervoso seja gerado; qualquer potencial com valor maior que ele irá gerar um impulso, e qualquer potencial com valor menor, não.), um potencial de ação será gerado na célula pós-sináptica.



Em geral, os neurotransmissores que atuam nas sinapses excitatórias são a acetilcolina, o glutamato e a serotonina. Eles promovem a abertura de canais iônicos de Na+. Como, em situação de repouso, a concentração do íon sódio no meio extracelular é muito maior que a do intracelular, a abertura desses canais causa a entrada de significativa quantidade de Na+ na célula. No repouso, a membrana da célula apresenta-se polarizada, apresentando carga negativa na face voltada para o citosol e carga positiva na face voltada para o meio extracelular. Dessa maneira, a entrada de íons positivos no interior da célula modifica a natureza negativa desse ambiente, o que causa a despolarização da membrana.

A partir da despolarização da membrana, canais de íons Ca2+, que são voltagem-dependentes, se abrem, permitindo o influxo desses íons, o que gera o potencial de ação.
Um aspecto interessante a respeito dos PEPSs que eles apresentam natureza quântica, o que é explicado pelo fato de que as vesículas sinápticas armazenam aproximadamente a mesma quantidade de neurotransmissores. Dessa forma, um PEPS é sempre um múltiplo do PEPS gerado a partir da liberação de uma única vesícula sináptica. A amplitude de um PEPS depende da região da sinapse, isto é, ela deve ser condizente com a amplitude de estimulação necessária para produzir um potencial de ação na célula pós-sináptica. Assim, os PEPS nas junções neuromusculares apresentam valores bem grandes, pois a transmissão do potencial de ação deve ser infalível, isto é, deve haver propagação do potencial de ação sempre que houver estimulo. Já nas sinapses do sistema nervoso central, caso cada uma delas fosse capaz de gerar um PEPS que produzisse um potencial de ação na célula vizinha, o neurônio seria só uma estação de transmissão. A maioria dos neurônios, contudo, executa computações sofisticadas, requerendo que muitos PEPS sejam adicionados para produzir significante despolarização da membrana pós-sináptica.




Referências Bibliográficas:

Bear, Mark F., Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 3ª edição, 2008.

Sinapses Inibitórias

Nesse tipo de sinapse, a atuação dos neurotransmissores GABA ou glicina gera um PIPS – potencial inibitório pós-sináptico, que inibe a formação de um potencial de ação a partir da hiperpolarização da membrana. Esses neurotransmissores atuam sobre canais de íons Cl- ou K+.


Na situação de repouso, a concentração de íons potássio no interior da célula é aumentada em relação ao meio extracelular. Dessa forma, a abertura dos canais iônicos de K+ pela atuação do GABA ou da glicina causa a saída de certa quantidade desse cátion da célula. Como, em repouso, a parte interna da membrana plasmática apresenta carga negativa em relação à sua face extracelular, a saída de cátions faz com que a natureza negativa do meio intracelular seja acentuada. Nesse caso, fala-se em uma hiperpolarização de membrana, que passa a apresentar um potencial mais negativo que o potencial apresentado no repouso, cerca de -65 mV.


Em relação aos íons cloreto, o seu potencial de repouso é de cerca de -65 mV, assim como o potencial da membrana na situação de repouso. Quando os canais de Cl- são abertos pelos neurotransmissores, pode haver entrada de íons cloreto na célula, no caso de o potencial da membrana, no momento da abertura desses canais, estar menos negativo que o potencial de repouso desse íon, isto é, no caso de a membrana apresentar um potencial maior que -65 mV. Essa entrada de Cl- vai tornar o potencial de membrana mais negativo, por aumentar a quantidade de cargas negativas no meio intracelular, o que é chamado hiperpolarização. Caso o potencial da membrana fosse igual ao potencial de repouso do cloreto, o PIPS gerado atua no sentido de impedir que um PEPS – potencial excitatório pós-sináptico gerado no mesmo axônio ou dendrito crie um potencial de ação. Esse mecanismo é chamado inibição por derivação, e, de maneira simplificada, acontece da seguinte forma: quando o fluxo positivo gerado pelo PEPS chega à região onde a sinapse inibitória está ativa, esta causa um desvio nesse fluxo (saída dos cátions) que impede a chegada do potencial de ação ao terminal de implantação axonal, como uma espécie de circuito de derivação elétrico. Resumidamente, a explicação da inibição por derivação é que o movimento de entrada de íons cloreto carregados negativamente (o que gera a hiperpolarização da membrana) corresponde, na prática, à saída de íons positivamente carregados.



FUNCIONAMENTO DOS CANAIS IÔNICOS ATIVADOS POR TRANSMISSOR

É relevante explicar, de maneira breve, o funcionamento dos canais iônicos ativados por transmissores, várias vezes citados nas postagens sobre sinapses.

Os canais iônicos ativados por transmissor são proteínas transmembrana compostas, em geral, por 4 ou 5 subunidades que formam um poro entre elas. Na ausência de neurotransmissor, esse poro encontra-se fechado. Quando o neurotransmissor correspondente se liga a sítios específicos na região extracelular no canal ele induz mudança conformacional nessa proteína, que consiste em uma leve torção das subunidades, o que causa a abertura do poro.
Referências Bibliográficas:

Bear, Mark F., Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 3ª edição, 2008.

Neurotrasmissores - Aspectos Gerais



Os Sistema Nervoso, juntamente com o Sistema Endócrino, desempenha papel integrador no organismo, relacionando estímulos externos a reações do indivíduos, intermediados por interpretações realizadas pelo Sistema Nervoso e impulsos nervosos.

Nesse contexto, sabe-se que os impulsos nervosos propagam-se ao longo do axônio por meio de um processo de despolarização de membrana, associado diretamente à ação de bombas de sódio e potássio, que modificam a polaridade de cargas nas faces interna e externa da membrana axonal. Esse potencial de ação formado se propaga ao longo da neurofibrila, até atingir a extremidade pré-sináptica da célula e acionar, na sinapse química, as vesículas de neurotrasmissores.

As sinapses químicas que se processam entre neurônios do Sistema Nervoso Central ou Periférico acontecem através de mediadores, os neurotransmissores. Estes consistem em moléculas relativamente simples e de tamanho reduzido, que são armazenadas em vesículas na extremidade terminal do neurônio pré-sináptico.

Quando da chegada do impulso nervoso a essa extremidade, é estimulada a fusão da vesícula à membrana prá-sináptica e a exocitose dos neurotransmissores na fenda sináptica. Esses medidadores químicos migram até o neurônio pós-sináptico, onde são indentificados por receptores específicos. Dessa forma, os neurotransmissores são capazes de agir em regiões determinadas do encéfalo, sendo produzidos, também, por tipos celulares específicos. Após o fim do estímulo para a ação sináptica e a transmissão da informação para o neurônio pós-sináptico, os neurotransmissores podem ser degradados ou desativados por enzimas, ou reatornarão ao neurônio pré-sináptico através de bombas recapturadoras.

Os neurotransmissores induzem modificações na célula pós-sináptica, que podem levar à excitação (facilitando despolarização) ou inibição (por hiperpolarização ou estabilização) desse neurônio. Dessa forma, entre os diversos tipos de neurotransmissores indentificados, são estabelecidas algumas classes principais: as aminas biogênicas (serotonina, histamina, catecolaminas - como dopamina e norepinefrina); os aminoácidos (glutamato e aspartato como estimuladores e ácido gama - aminobutírico - GABA - , glicina e taurine como inibidores); colinas (em especial a acetilcolina) e os neuropeptídeos (polímeros maiores de aminoácidos).

A partir dos fenômenos descritos de forma geral, os neurotransmissores constituem-se em componentes essenciais do processo funcional do Sistema Nervoso, atuando de forma direta na interação do indivíduo com o meio e com a sociedade em que se insere.


Referências:


Psicopatas S.A.

Ele vai a todo happy hour, é companheiro de cafezinho e ouve você reclamar do salário. Não confie tanto nesse colega de firma - é 4 vezes mais comum encontrar psicopatas nas empresas do que na população em geral
por Mauricio Horta
Luana conseguiu o emprego com que sempre sonhou. Era em uma empresa farmacêutica conhecida por seu ambiente competitivo, mas também por bons salários e chances de crescer profissionalmente. Nova no escritório, logo ficou amiga de Carlos, um sujeito atencioso de quem recebeu até umas cantadas.

Em poucos meses, apareceu a oportunidade de Luana liderar seu grupo na empresa. Parecia bom demais não fosse uma inquietação ética. Ela desconfiava que a companhia garantia a venda de seus produtos graças a subornos a médicos. Isso incomodava tanto Luana que, durante um intervalo para um lanche, ela desabafou com o amigo Carlos. Ele também parecia indignado com a situação. Seria uma conversa normal entre colegas de trabalho - se Carlos não tivesse se aproveitado. Em um momento de distração de Luana, ele pegou o celular da colega e ligou para o chefe de ambos. Caiu na secretária eletrônica, que gravou toda a conversa seguinte entre Carlos e Luana. A moça, grampeada, chegou a questionar se o chefe poderia ter algo a ver com os subornos. Acabou demitida por justa causa. Carlos tomou o lugar de líder que seria dela.

A história é real (os nomes foram trocados). E esse Carlos, um cretino, não? Na verdade é pior: ele age exatamente como um psicopata. Há 69 milhões de psicopatas no mundo, o que dá 1% da população em geral. Então, no fim da história, Carlos faz picadinho de Luana, certo? Errado. Sim, há muitos psicopatas violentos, como Hannibal Lecter de O Silêncio dos Inocentes ou Pedrinho Matador, que afirmava ter assassinado mais de 100 pessoas. Por isso a cadeia é um dos dois lugares em que se encontram muitos psicopatas. Eles são 20% da população carcerária e 86,5% dos serial killers. Mas um psicopata não necessariamente vira assassino. Na verdade, ele vai atrás daquilo que lhe dá prazer. Pode ser dinheiro, status, poder. É por isso que outro lugar fértil em psicopatas, além da cadeia, é a firma.

Pode ser uma empresa pequena, como a loja de sapatos da esquina. Pode ser uma fundação, uma escola. O importante é que o psicopata enxergue ali a chance de controlar um grupo de pessoas para conseguir o que quer. Mas poucos lugares dão tanta oportunidade para isso do que uma grande companhia. "Psicopatas são atraídos por empregos com ritmo acelerado e muitos estímulos, com regras facilmente manipuláveis", diz o psicólogo Paul Babiak, especialista em comportamento no trabalho.

Até 3,9% dos executivos de empresas podem ser psicopatas, segundo uma pesquisa feita em companhias americanas. Uma taxa de psicopatia 4 vezes maior do que na população em geral. Eles não matam os colegas, mas usam o cargo para barbarizar. Cancelam férias dos subordinados, obrigam todo mundo a trabalhar de madrugada, assediam a secretária, demitem sem dó nem piedade. Isso quando não cometem crimes de verdade. Um terço das companhias sofre fraudes significativas a cada ano, de acordo com uma pesquisa de 2009 realizada pela consultoria PriceWaterhouseCoopers, que analisou 3 037 companhias em 54 países. Por causa dessas mutretas, cada uma perde, em média, US$ 1,2 milhão por ano. Muitos desses golpes podem ser obra de psicopatas corporativos.

"Eles são capazes de apunhalar empregados e clientes pelas costas, contar mentiras premeditadas, arruinar colegas poderosos, fraudar a contabilidade e eliminar provas para conseguir o que querem", diz Martha Stout, psiquiatra da Escola Médica de Harvard por 25 anos e autora do livro Meu Vizinho É um Psicopata. E fazem isso na cara dura, como se não estivessem nem aí para o sofrimento alheio. É que, na verdade, eles não estão ligando nem um pouco mesmo.

Como os colegas mais violentos, os psicopatas de colarinho branco não pensam no bem-estar dos outros, nem sentem culpa quando pisam na bola. Por isso passam por cima de regras, estejam elas formalizadas em leis ou somente estabelecidas pela ética e pelo senso comum. Acontece que o cérebro deles é diferente de um cérebro normal. No caso do psicopata, a atividade é maior nas áreas ligadas à razão do que nas ligadas à emoção, o que o faz manter-se impassível diante de tragédias - seja um gatinho em apuros, seja uma chacina em um orfanato. (veja mais no quadro da página 53). Como não consegue se colocar no lugar dos outros, o psicopata usa e abusa dos amigos - puxa o tapete dos colegas sem se preocupar com código de conduta corporativo ou consequência na vida alheia.


Pega na mentira

Graduação em universidade concorrida. Pós-graduação no exterior. Livros publicados. "Empregadores sabem que 15% ou mais dos currículos enviados para cargos executivos contêm distorções ou mentiras deslavadas", afirma Babiak. "Psicopatas fazem isso. Podem fabricar um histórico feito sob medida para as exigências do trabalho e bancá-lo com referências falsas, portfólio plagiado e jargão apropriado." Claro, com algumas perguntas específicas um entrevistador é capaz de desmascarar candidatos mentirosos. O problema é que um psicopata tem tudo para deitar e rolar em uma entrevista de emprego.

Muitas vezes o entrevistador não está tão preocupado com o conhecimento técnico do candidato. Quer mais é saber se ele é capaz de tomar decisões, relacionar-se com pessoas, motivar equipes. "A ‘química’ entre candidato e avaliador tem muita importância", diz o psicólogo. E aí um psicopata conta com um trunfo maior do que qualquer MBA: tranquilidade. Ele não vai passar horas em frente ao espelho decidindo a melhor roupa para a entrevista. Nem vai sentir as mãos suarem por medo da conversa. Um psicopata terá a segurança necessária para engabelar o avaliador, usando alguns termos técnicos, um punhado de histórias de competência no trabalho e um sorriso aberto que dirão em conjunto: "Sou a pessoa certa para a vaga".

O segredo desse charme todo está em saber "ler" as pessoas. Psicopatas podem não ter emoções, mas conseguem analisar muito bem como e por que as outras pessoas se emocionam. São estudiosos da natureza humana, prontos a usar o que aprenderam para o próprio interesse. Descobrem os hábitos e gostos dos colegas, se aproximam, criam um vínculo aparente. Assim conseguem convencer a colega de coração mole a fazer o trabalho por eles no fim de semana. Ou extrair informações sigilosas da secretária do presidente. Ou botar a culpa nos outros pelos problemas que aparecem. Aquela concorrente obstinada e perfeccionista conseguiu se promover trabalhando até as madrugadas? Ela não ia gostar de ouvir que é uma folgada e só conseguiu aumento se engraçando com o chefe. Bingo: basta espalhar essa história por aí para atingi-la. Desequilibrada pelo fuxico, ela poderia se tornar em breve um obstáculo a menos.

Atitudes assim passam despercebidas em empresas que estimulam a competição entre os funcionários. Se a companhia está obcecada pelos resultados que cada empregado gera, é possível que não preste tanta atenção ao cumprimento da ética no ambiente de trabalho. Movida a competitividade, a empresa americana de energia Enron foi do estrelato ao fundo do poço por causa de fraudes cometidas por executivos do mais alto escalão. A empresa começou o ano de 2001 como uma gigante, com faturamento de US$ 100,8 bilhões. Seus empregados sabiam que precisavam trabalhar como loucos. Todo semestre, um ranking interno nomeava os 5% melhores funcionários. Em seguida vinham os 30% excelentes, os 30% fortes, os 20% satisfatórios e, por último, os 15% que "precisavam melhorar". Se não melhorassem até a próxima avaliação, eram mandados para o olho da rua. E quem avaliava as pessoas? Os próprios colegas. O sistema parecia impulsionar a produtividade. Até que descobriram que a competição impulsionava mesmo eram falcatruas para garantir uma boa posição interna. No fim de 2001, fraudes que somavam US$ 13 bilhões engoliram a empresa. A Enron faliu. "Algumas compa­nhias competitivas contratam pessoas tão agressivas e ambiciosas que acabam deixando para trás questões importantes do mundo da moral", afirma Roberto Heloani, psicólogo social e professor de gestão da FGV de São Paulo e da Unicamp.

Ainda que a companhia ofereça um ambiente propício à trairagem, o psicopata precisa procurar a hora certa para agir. Vítima de Carlos, Luana teve seu momento de fraqueza - bobeou, dançou. Empresas também têm seus momentos de fraqueza. Quando uma companhia compra um concorrente, seu caixa fica pobrinho, vazio. Muito dinheiro saiu de lá, e os acionistas estão ansiosos para saber quando o gasto dará retorno. O que algumas fazem, então? Procuram alguém capaz de produzir um milagre e encher o cofre de novo rapidinho. É aí que o psicopata se apresenta como o melhor gestor. Claro que é mentira - ele apenas tem maior capacidade de manipular sua imagem e vender ilusões. "Sem tempo para fazer uma análise minuciosa, as empresas compram essa imagem", diz Heloani.

Outra chance de dar o bote: crise na firma. Essa é a hora, geralmente, em que é preciso cortar gastos. E os chefes são pressionados a ser agressivos. Cortar despesas em 20%, 30% não é fácil. Quer dizer, se você for frio, não tiver medo das consequências nem se importar com os sentimentos alheios, até fica moleza. Coloque comida vencida no refeitório da firma para alimentar os funcionários. Fraude a contabilidade e entregue relatórios que escondam gastos e aumentem a receita - e o problema fica resolvido apenas com uma canetada.

Quando não houver mais o que chupinhar, o psicopata simplesmente sai do emprego. "Talvez você não tenha o emprego mais interessante do ponto de vista financeiro, mas pode preferir ficar na empresa por causa das relações afetivas com os colegas e com seu trabalho. Já um psicopata dificilmente cria vínculo", afirma Heloani. E se for pego antes de sair? Simples: ele mente. Culpa os outros, as circunstâncias, o "sistema", o destino, ou a própria empresa. Inventa um sem-número de desculpas que acabam atingindo seus rivais e eventuais "traidores".

Bernard Madoff culpou a crise econômica, o próprio sucesso e até suas vítimas pelo esquema que montou com um banco de investimentos nos EUA - e que fez seus clientes perderem US$ 65 bilhões. "Os bancos e fundos deviam saber que havia problemas ali", disse em entrevista a uma revista americana. Incapaz de sentir remorso, charmoso a ponto de ter cativado presidentes de bancos como Santander e Credit Suisse e incapaz de se colocar no lugar de suas vítimas ("Que as minhas vítimas se ferrem. Eu as sustentei por 20 anos e agora tenho de cumprir 150", teria dito na prisão), Madoff já foi apontado por especialistas em crime como um psicopata. (Ele, no entanto, afirmou à imprensa americana ter sido diagnosticado como normal por sua terapeuta.)

Madoff fez carreira como o homem que cuidava dos investimentos dos milionários. "Tio Bernie", como era conhecido, fazia mágica: mesmo quando a economia estava em baixa, prometia um rendimento de 8%, 12%, 15% por ano a seus clientes. Como a história colava? Madoff sabia o que os clientes queriam: investir com alguém que era parte do mundo deles. Esbanjava luxo, com direito a iate na Riviera francesa (US$ 7 milhões), noites no hotel Lanesborough de Londres (US$ 11 600 a diária) e jatinho da Embraer (US$ 29 milhões). Isso fez com que ele conseguisse clientes de peso. E o nome deles serviu para atrair novas vítimas. Com o dinheiro que entrava, Madoff pagava clientes antigos que quisessem sacar os investimentos. Era um esquema de pirâmide. Só funcionaria enquanto a base seguisse alimentada por novas vítimas. Isso inevitavelmente pararia uma hora. E a hora de Madoff foi a crise econômica de 2008. Quando investidores tentaram retirar de uma vez US$ 7 bilhões de seu fundo, ele simplesmente não tinha a grana. O herói de Wall Street acabou desmascarado.
10 pistas para identificar um psicopata

Só um psiquiatra conseguiria dar o diagnóstico certo. Mas, se algum colega de firma tiver esses traços, dá para suspeitar

Relacionamentos
Superficial
Não se importa com o conteúdo, e sim em como vendê-lo.

Narcisista
Preocupa-se apenas consigo mesmo.

Manipulador
Mente e usa as pessoas para conseguir algo.


Sentimentos

Frieza
É racional e calculista, pois tem pouca atividade no sistema límbico, centro de emoções como medo, tristeza, nojo.

Sem remorso
Não sente culpa. A parte responsável por isso no cérebro tem baixa atividade.

Sem empatia
Não consegue se colocar no lugar dos outros.


Irresponsável
Só se compromete com o que lhe trouxer benefícios.


Estilo de vida

Impulsivo
Tenta satisfazer as vontades na hora.

Incapaz de planejar
Não estabelece metas de longo prazo.

Imprudente
Corre riscos e toma decisões ousadas.


Fonte Without Conscience, Robert Hare.

Mal de chefe

Psicopatas podem estar em qualquer nível hierárquico, desde que o cargo lhes traga algum benefício. Mas é mais provável que eles estejam no topo.

Em 2010, 203 executivos de 7 companhias americanas foram avaliados pelo psicólogo Paul Babiak. O resultado revelou aquela estatística que você viu no começo da reportagem - 3,9% dos entrevistados tinham pontuação suficiente nos testes de Babiak para ser diagnosticados como psicopatas. Onde estavam os casos mais graves? No alto escalão: 2 vice-presidentes e 2 diretores.

Por quê? É mais fácil enrolar em cargos de liderança. Um gestor precisa saber liderar a equipe, motivar os funcionários, relacionar-se com fornecedores e parceiros. Já um técnico precisa entender do negócio da empresa - negociar preços, saber como anda o mercado, apresentar as melhores estratégias ao chefe. No estudo de Babiak, ficou claro que os psicopatas não querem saber de trabalhar. A pesquisa usou dois grupos de habilidades para avaliar os executivos: um ligado ao plano das ideias (comunicação, criatividade e pensamento estratégico) e outro relacionado a produtividade (gerenciamento, liderança, desempenho e trabalho em grupo). Quão mais alto o grau de psicopatia de um executivo, pior foi a nota dele no grupo de produtividade.

Não é difícil para um psicopata fazer carreira dessa forma. Foi assim com Skip (nome fictício). O menino cresceu em um internato nos EUA, em Massachusetts, porque a família estava cansada de lidar com o capetinha - ele roubava dinheiro de casa para comprar fogos de artifício e matar sapos. Skip teve uma vida acadêmica medíocre e fez MBA em uma instituição mequetrefe. Aos 26 anos, entrou em uma empresa de equipamentos de mineração. Não demorou para se destacar. Seus chefes viram nele um talento para motivar vendedores e influenciar compradores. Com seu charme, tornou a empresa a terceira maior do setor no mundo. Até ganhou uma Ferrari de bônus da companhia pelo resultado. Aos 30 anos, Skip se casou com a filha de um bilionário. Mas dava suas puladas de cerca. Seis anos mais tarde, era presidente da divisão internacional da empresa, membro do conselho diretivo e pai de duas meninas. Não sem alguns tropeços: a empresa teve de dar uma indenização de US$ 50 mil a uma secretária depois de Skip quebrar o braço da moça ao forçá-la a sentar-se em seu colo. Mas esse e outros processos por assédio sexual não eram nada perto dos lucros que ele gerava. Aos 51 anos, virou o presidente da empresa. Merecido: ele fez a companhia ganhar dinheiro. Quer dizer, mais ou menos. Nos bastidores, Skip desviava dinheiro. Em 2003, foi acusado formalmente pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA por fraude. "Ele não sente nenhum apego emocional aos outros. Nenhum mesmo. Ele é frio como gelo", diz Martha Stout, que relata a história de Skip em Meu Vizinho É um Psicopata.

A esta altura é possível que você tenha se lembrado daquele colega de trabalho folgado. Ou do chefe que manda você fazer todo o trabalho dele. Será que são psicopatas? Pode ser que sim, mas considere também a possibilidade de eles terem outro tipo de transtorno psiquiátrico.

Tem executivo por aí tão doido quanto paciente de manicômio. As psicólogas forenses Belinda Board e Katarina Fritzon, da Universidade de Surrey, no Reino Unido, analisaram 39 executivos de alto escalão e os compararam com presos psiquiátricos, um grupo em que a prevalência de transtornos de personalidade é 7 vezes maior do que na população em geral. A descoberta foi uma surpresa. Os executivos se mostraram mais doidos do que os presos psiquiátricos em 3 de 11 transtornos pesquisados: narcisismo (gente que precisa de admiração o tempo todo e não se preocupa com os outros), transtorno de personalidade histriônica (pessoas que gostam de se exibir e manipular os outros) e transtorno compulsivo (pessoas perfeccionistas, com tendências ditatoriais e devoção exagerada ao trabalho). A boa notícia é que o nível dos transtornos ligados à psicopatia era mais alto entre os criminosos psiquiátricos do que entre os executivos entrevistados.

Qual é a razão desse resultado? Simples. Certos traços desses transtornos são valorizados em cargos de liderança - como agressividade, autoconfiança, liderança. Isso dá certa vantagem a quem é narcisista e perfeccionista. Por isso, não saia acusando seu chefe de ser um psicopata. Ele pode ser doido. Ou simplesmente um cretino.

O canto do psicopata
Os xavecos que ele usa para manipular os colegas

"EU GOSTO DE QUEM VOCÊ É"
Por que funciona - O psicopata mostra admiração pelo talento e pelos pontos fortes da vítima. E passa a ser visto como um dos poucos a reparar verdadeiramente no potencial dos colegas.

"EU SOU COMO VOCÊ"
Por que funciona - O psicopata identifica características da personalidade da vítima e faz de conta que compartilha gostos e interesses.

"SEUS SEGREDOS ESTÃO SEGUROS COMIGO"
Por que funciona - A vítima, achando que está diante de um amigo, abre o coração e conta medos e expectativas.

"SOU SEU AMANTE/AMIGO IDEAL"
Por que funciona - Último estágio da manipulação. O psicopata cria um elo psicológico que promete uma relação duradoura. A vítima já está em suas mãos.

Para saber mais:

Snakes in Suits: When Psychopaths Go to Work

Paul Babiak e Robert Hare, Harper Collins, 2006.

Without Conscience

Robert Hare, The Guilford Press, 1993.

Para que serve a nádega? - Superinteressante

Para que serve a nádega?



Os homens vêem as mulheres de quadril grande como boas reprodutoras.
Foi a bela atriz Ana Paula Arósio que levantou recentemente a questão, quando perguntada sobre a parte do corpo que achava mais sem graça. “A bunda, que serve só para sentar, né?”, disse Ana Paula. Em homenagem à atriz, a Super foi atrás da resposta. “Anatomicamente, a bunda é um conjunto de quatro músculos que têm a função de sustentar o quadril e movimentar as pernas”, diz o clínico geral José Antônio Atta, do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Como o ser humano anda em pé, essa região ficou, digamos, mais ressaltada – nos animais quadrúpedes, a bunda se mescla à curvatura natural do resto do corpo. Outra função dos glúteos – bem apontada por Ana Paula – é proteger o quadril na hora de sentar. Por ser uma espécie de almofada natural, essa é uma das regiões do corpo que mais acumula gordura. Mas o que faz da bunda uma das regiões mais comentadas é o seu simbolismo.
“Ela está associada à fertilidade e à sedução”, diz a antropóloga Mirela Berger, especialista em estudos do corpo e doutoranda na Universidade de São Paulo. “Os homens vêem as mulheres de quadril grande como boas reprodutoras. Por possuir muita gordura, a bunda também se relaciona à saúde e à prosperidade.” Não é à toa que as danças sensuais abusam do rebolado.

Para que serve a nádega? - Superinteressante

Os Smurfs Lhá, lhá... Muito massa! Vou ver!



Só pra matar as saudades!


A velocidade média da internet no Brasil

Pesquisas revelam a velocidade média da conexão brasileira à internet. Aproveite e descubra também qual é a média em algumas cidades do país e como testar sua conexão!

Muita coisa mudou desde que a internet chegou ao Brasil, há 20 anos. Novas tecnologias usadas em aplicações online acabam exigindo conexões cada vez mais rápidas com a internet. Felizmente, a banda larga está cada vez mais popular em nosso país e o cenário deve melhorar com as propostas do governo para democratizar o acesso à internet.
Porém, por mais que a situação atual seja favorável, sabemos que ainda há muito trabalho pela frente. Com a popularidade de serviços online, como programas executados na nuvem e streamings de conteúdo multimídia, é essencial que o Brasil possa competir por igual com o
resto do mundo. Caso contrário, nosso domínio tecnológico poderia terminar obsoleto.
Mas qual é a velocidade média da conexão brasileira à internet? Chegamos a nos destacar no cenário internacional? Qual posição ocupamos no ranking mundial?  Leia o artigo, analise o nosso infográfico e, de quebra, aprenda a calcular a velocidade média da sua conexão.

O relatório Nielsen

Recentemente, a empresa The Nielsen Company divulgou um estudo sobre o uso e a qualidade das conexões de banda larga no mundo. Com base em dados coletados durante o mês de fevereiro de 2011, a instituição analisou nove países — entre eles, o Brasil — e analisou a influência da velocidade da conexão no tempo despendido pelos usuários online.
Para demonstrar os resultados da pesquisa, a Nielsen classificou a velocidade da conexão em quatro grupos:
  • lenta: até 512 Kbps;
  • média: de 512 Kbps a 2 Mbps;
  • rápida: de 2 a 8 Mbps; e
  • super-rápida: acima de 8 Mbps.
Para o consumidor final, os dados publicados pelo relatório são satisfatórios. A conexão rápida (2 a 8 Mbps) é a mais comum em oito dos nove países pesquisados: Suíça, Estados Unidos, Alemanha, Austrália, Reino Unido, França, Espanha e Itália. Apenas uma pequena parcela da população usa conexões lentas, enquanto cerca de 19% dos internautas navegam com uma velocidade considerada super-rápida.
Maior parte dos usuários brasileiros usam conexões de velocidade média (Fonte da imagem: The Nielsen Company)
Neste ponto, talvez você já tenha adivinhado qual é o país que não faz parte da realidade escrita acima. No Brasil, quase metade dos usuários (48%) usa a internet com uma conexão considerada de velocidade média (512 Kbps a 2 Mbps). Além disso, cerca de 31% dos internautas brasileiros navega a uma velocidade lenta, de até 512 Kbps. Já as conexões super-rápidas, em nosso país, correspondem a apenas 6% da população conectada.
Uma característica interessante, apontada pelo relatório, diz respeito ao tempo que as pessoas gastam online. Por incrível que pareça, não existe muita relação entre o tempo de uso e a velocidade da conexão. Em muitos casos, usuários com conexões de velocidade média passam mais tempo online do que aqueles que possuem conexões rápidas.
Por mês, a internauta brasileiro passa de 30 a 31 horas online. (Fonte da imagem: The Nielsen Company)
A Suíça é o único país que demonstra certa linearidade nesse quesito: pessoas com conexões super-rápidas gastam, em média, 21 horas online por mês, enquanto que a média dos usuários com conexões lentas não passa de 10 horas/mês.
Mas quando o assunto é o tempo usado na internet, o brasileiro lidera o ranking: gastamos cerca de 30 a 31 horas online por mês. Os internautas com velocidades consideradas rápida ou média são os que mais ficam conectados.

Conexão nas cidades brasileiras

Outra empresa famosa por divulgar dados relevantes sobre a utilização de banda larga é a Ookla. Graças ao teste de conexão que a companhia oferece na internet, ela também é capaz de estimar a velocidade média das conexões ao redor do mundo.
De acordo com o Net Index, site mantido pela Ookla, o Brasil ocupa a 68ª posição do ranking mundial quando o assunto é a velocidade média. Com dados coletados entre 17 de fevereiro a 17 de abril de 2011, a empresa afirma que as conexões brasileiras à internet operam com a velocidade média de 4,71 Mbps.
Para chegar ao resultado, a companhia levou em consideração 1.219.822 testes, que foram selecionados de um total de 19.971.411 realizados por 5.024.567 IPs únicos.
O resultado pode ser surpreendente. A cidade com a melhor taxa de download é São Lourenço (MG), com velocidade média de 12,06 Mbps. A segunda posição fica por conta de Fortaleza, com velocidade média de 10,27 Mbps, obtida por meio da análise de 11.678 testes. A taxa de upload média da capital do Ceará é de 1,70 Mbps, com dados colhidos entre 23 de janeiro a 6 de março de 2011.
Vitória (9,94 Mbps), Curitiba (8,99 Mbps) e Salvador (8,98 Mbps) também são capitais com boas médias de download, seguidas de Niterói (8,93 Mbps), Vila Velha (8,86 Mbps), Serra (8,52 Mbps) e Campina Grande (8,11 Mbps). Quem fecha o nosso “Top 10” é Recife, com velocidade média de download na casa dos 8,07 Mbps.
Em São Paulo, capital, a média para download é de 4,22 Mbps, com mais de 126 mil testes analisados. Quase 1 Mbps abaixo de Guarulhos, onde a velocidade média é de 5,12 Mbps. Na capital do Rio de Janeiro, a taxa sobre para 5,87 Mbps, com 8,93 Mbps em Niterói.
Navegue pelo nosso infográfico para constatar a taxa de download de outras cidades do Brasil.

Teste a velocidade da sua conexão

Você também pode colaborar com a pesquisa criada pela Net Index e, de quebra, descobrir qual é a velocidade média da sua conexão. Para isso, basta acessar o Speedtest.net e, em seguida, clicar no botão “Begin Test – Recommended Server”.
Nesse caso, o sistema encontrará o servidor mais próximo da sua localização e iniciará o teste, que medirá o tempo de um Ping entre o seu computador e o servidor, a velocidade média de download e de upload.

Ao final do teste, você pode enviar o resultado para o Net Index, clicando no link “Contribute to Net Index”. Basta então preencher o formulário exibido pelo teste, que solicita, entre outras informações, o CEP de sua residência (“What is your postal code?”), o custo mensal da sua conexão (“How much do you pay per month?”) e a taxa de download e upload que você contratou.
Depois de informar esses dados, clique em “Submit” para enviar, efetivamente, a sua colaboração. Você também pode compartilhar o resultado obtido no Twitter ou no Facebook, por meio do botão “Share this result”.
Caso tenha dúvidas sobre o processo e o resultado do teste, leia mais sobre o assunto aqui mesmo, no Tecmundo. Aproveite e confira também como era a velocidade da internet ao redor do mundo em 2010!


Leia mais em: http://www.tecmundo.com.br/9683-a-velocidade-media-da-internet-no-brasil-infografico-.htm#ixzz1Obob7Aqs

Fonte: TECMUNDO